Após a catástrofe provocada pelo ciclone Idai, Moçambique enfrenta um novo desafio.

Com a destruição provocada pelo ciclone, as condições sanitárias e de higiene ficaram extremamente comprometidas, ficando a população vulnerável à propagação de diversas doenças.

Entre estas, está a cólera, doença contraída através de água contaminada. O Instituto Nacional de Saúde de Moçambique tem actualizado os dados periodicamente, sendo que de momento se registam já 271 casos confirmados.

Actualizações serão feitas, à medida que nova informação for disponibilizada.

O próximo Prós e Contras, programa de debate da RTP 1, no dia 1 de Abril será relativo ao tema “Medicina Convencional vs Medicina Alternativa”. Este é um tema de grande importância na atualidade e para o qual várias instituições têm alertado recentemente, como seja a Ordem dos Médicos Portuguesa, com a declaração conjunta com a Ordem dos Médicos espanhola  - Declaração de Madrid sobre Pseudoterapias e Pseudociência.

É de referir também que esta semana foi publicado um "Manifesto por cuidados de saúde de base científica",  assinado por várias personalidades do mundo da Medicina e da Ciência

Fonte: www.vox.com

O subfinanciamento crónico da investigação e a dependência crescente de bolsas de doadores externos, muitas vezes direcionadas para determinadas áreas do conhecimento científico, têm sido problemas silenciosos na investigação em Medicina e, consequentemente, em Saúde Pública.
 
A influência na publicação de resultados que corroboram e sustentam interesses políticos e empresariais, bem como a omissão dos resultados não concordantes, são obstáculos antiéticos que colocam em risco a qualidade e independência da investigação científica.
 
A existência de um sistema de avaliação externo da investigação produzida nas Universidades e nas Instituições que se dedicam à investigação, poderá ser uma solução que assegura simultaneamente transparência e integridade ética, assim como independência dos investigadores e da relevância dos tópicos estudados na génese do conhecimento ao serviço das populações.
 
A revista The Lancet publicou recentemente um artigo interessante sobre esta temática que pode ser lido aqui.

A passagem do ciclone Idai causou a destruição de 90% da segunda maior cidade de Moçambique, a Beira, provocando centenas de mortos. Muitos milhares estão em risco. Há que atuar em apoio à Beira.
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A Ordem dos Médicos e a Health4MOZ, em parceria com a Câmara Municipal do Porto e em colaboração com o Instituto Camões e a Direção Geral da Saúde, vão apoiar a Beira com ajuda médica e medicamentos.

Dados da UNICEF indicam que esta tempestade tropical afetou mais de 1,6 milhões de pessoas. A OM já disponibilizou o total apoio institucional e está a participar na cooperação portuguesa para Moçambique na assistência à população da Beira. Mais de 90% da cidade da Beira, capital da província moçambicana de Sofala, ficou destruída, existindo lamentavelmente a previsão do agravamento das cheias causadas pela tempestade. É essencial e urgente o socorro à população, razão pela qual a OM apela aos colegas que estejam disponíveis para prestar auxílio humanitário em equipas de permanência rotativa mensal que se inscrevam aqui.

Foi publicada esta semana pela revista Lancet uma análise observacional que relaciona a experiência democrática de 170 países, com a saúde no adulto e a mortalidade por causas específicas. Este estudo utilizou o "Global Burden of Diseases, Injuries and Risks Factors,2016", sendo financiado pelo Bloomberg Philanthropies e pela Fundação  Bill & Melinda Gates Foundation .

Algumas das conclusões retiradas desta análise:
- Uma governação democrática está relacionada com a redução da mortalidade por doenças cardiovasculares e por acidentes de viação, bem como com o aumento dos gastos públicos em saúde;
- A esperança de vida aumentou mais rapidamente nos países que fizeram a transição para a democracia entre 1970 e 2015, em comparação com os que não o fizeram - aumentando em média 3% após 10 anos;
- A democracia parece ter um papel mais importante nos resultados de saúde do que no PIB de um país - respondendo por cerca de 25% das reduções nas mortes por doenças cardiovasculares e por acidentes de viação ao longo do tempo;
- O aumento do financiamento para programas liderados por agências que promovam instituições e processos democráticos abertos e responsáveis ​​pode ajudar a melhorar a saúde e aumentar o investimento em cuidados de saúde acessíveis e de alta qualidade.
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Para consultar o artigo integral deste estudo, clica AQUI. 

No passado sábado, 9 de março de 2019, ocorreu um novo ataque no mesmo centro de tratamento de Ebola, em Butembo,  já noticiado o mês passado.
Desta vez o ataque foi levado a cabo pelo grupo Mai Mai fortemente armado, matando um polícia e ferindo vários profissionais de saúde.
O ataque ocorreu horas antes do diretor-geral da Organização Mundial de Saúde, Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus, visitar o centro.  "Parte-me o coração lembrar-me dos profissionais de saúde e no polícia morto no ataque de hoje" disse Tedros. A Organização Mundial de Saúde já pediu  mais apoio à Organização das Nações Unidas e às forças policias locais para proteção dos centros, disse, e atribui o ataque a "elementos que estão explorar esta situação desesperante para seu próprio benefício".

Para mais informações segue este e este link.

No transato dia 6 de março, Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus, atual Diretor-Geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), anunciou uma reforma organizacional ampla e ambiciosa para a OMS. O propósito é modernizar e capacitar a instituição para desempenhar um papel mais efetivo, forte e eficiente como “autoridade mundial de referência em saúde pública”.

​As alterações anunciadas pretendem reforçar todas as regiões e países no alcance dos “triple billion targets”, que representam a estratégia da OMS para os próximos cinco anos. Entre as várias alterações propostas, que podem ser consultadas neste link, destaca-se a criação da divisão “Chief Scientist”, com o objetivo de promover e desenvolver trabalho científico e garantir a consistência e qualidade de normas e critérios definidos pela OMS; o investimento na “WHO Academy” de forma a providenciar mais oportunidades de aprendizagem para colaboradores e profissionais de saúde pública em todo o mundo; e o “Department of Digital Health”. Para esta nova estrutura, foram modificados onze processos, procurando tornar a instituição mais corporativa, aproximando-se de parceiros globais essenciais para a defesa e promoção da Saúde Global.

“The changes we are announcing today are about so much more that new structures, they’re about changing the DNA of the organization to deliver a measurable impact in the lives of the people we serve” – Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus

Doze anos depois do “paciente de Berlim” ter sido curado com sucesso da infeção pelo vírus do VIH, uma segunda pessoa chega à meta da maratona da luta contra o vírus. O já designado de “paciente de Londres”, que prefere permanecer no anonimato, está em remissão há 18 meses, altura em que deixou a terapêutica anti-retroviral após um transplante de medula óssea para tratamento de um linfoma de Hodgkin.
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As células estaminais transplantadas careciam do gene CCR5, responsável pela codificação do recetor através do qual o vírus invade os linfócitos. Sem esta porta de entrada, o vírus vê-se incapaz de colonizar as células. Esta foi também a estratégia usada pelos médicos que curaram Timothy Ray, o primeiro caso da história a conseguir ver-se livre do vírus.
 
Lê mais aqui.

A Costa Rica voltou a ter um caso de sarampo, ao fim de 5 anos livre da doença. O caso é de uma criança de 5 anos, não vacinada, proveniente de França, encontrando-se de férias na Costa Rica.
Assim que a suspeita de sarampo foi levantada, foram tomadas as devidas de isolamento, até à obtenção da confirmação laboratorial do sarampo, tendo-se igualmente procedido à pesquisa de contactos.
Este país apresenta coberturas vacinais elevadas, sendo que a vacina que engloba o sarampo, não é exceção.
Com os movimentos anti vacinação que têm ocorrido na Europa e América do Norte, o risco de reemergência de doenças controladas até há poucos anos tem vindo a aumentar, sendo que existe igualmente o risco de reintrodução de doenças já eliminadas em alguns países, devido à facilidade de realizar viagens transfronteiriças, hoje existente.
A Costa Rica não tinha um caso autóctone de sarampo, desde 2006, e um caso importado desde 2014.
Informações oficiais disponíveis aqui.