Notícias |
Já se contam em milhões as pessoas que abandonaram a Ucrânia no contexto da invasão militar levada a cabo pela Rússia. Apesar de a maioria se ter estabelecido permanentemente ou de forma transitória nos países vizinhos, muitos são os que se dispersam para outros países da União Europeia.
Em resposta a esta emergência humanitária, são diversas as iniciativas - mais ou menos organizadas - que manifestam a solidariedade do povo europeu e a sua disponibilidade para ajudar os refugiados ucranianos. Contudo, esta ajuda não se deve limitar à boa vontade. Para além destas manifestações individuais, existe também a responsabilidade de diversas entidades como a da Saúde Pública, que terá de dar resposta a uma crise migratória enxertada numa crise pandémica. O ECDC (European Centre for Disease Prevention and Control) publicou, no início deste mês, um relatório que estabelece orientações para a prevenção e controlo de doenças infecciosas neste contexto (Operational public health considerations for the prevention and control of infectious diseases in the context of Russia’s aggression towards Ukraine). É dado especial destaque à necessidade de prevenir surtos de doenças infecciosas, atendendo à vulnerabilidade da população ucraniana para doenças como a poliomielite, sarampo, COVID-19 e tuberculose (em particular na sua forma multirresistente) , que será ainda mais acentuada pelas condições temporárias a que estes grupos deslocados estão sujeitos. Neste âmbito, a detecção precoce de doenças infecciosas e a vacinação são duas estratégias de atuação fundamentais. Segundo este documento, a vacinação contra doenças infecciosas facilmente transmissíveis deve ser oferecida a refugiados sem primovacinação, com esquemas incompletos ou quando não seja possível apurar a história vacinal individual. Prioritária será a vacinação contra a COVID-19, contra difteria, tétano, tosse convulsa, doença invasiva por Haemophilus influenzae b e poliomielite bem como a vacinação contra o sarampo, parotidite epidémica e rubéola. Poderá ainda ser considerada a vacinação contra a hepatite B, meningite, doença pneumocócica, varicela, influenza e tuberculose, de acordo com as normas em vigor no país de acolhimento. Da mesma forma, a vigilância sindrómica é recomendada nos centros de acolhimento, onde as condições de higiene, saneamento e disponibilidade de água potável devem ser garantidas. A aglomeração de pessoas quer no decorrer da viagem quer no alojamento nestes espaços pode ainda proporcionar surtos de doenças respiratórias e a ocorrência de infestações como a escabiose. Naturalmente, alguns refugiados fazem-se acompanhar dos seus animais de estimação, pelo que a raiva (endémica em cães e gatos na Ucrânia) deverá ser tida em consideração. Destacam-se também as elevadas taxas de resistência antimicrobiana reportadas na Ucrânia, particularmente em bactérias gram-negativas. A Saúde Pública terá ainda um papel central na consciencialização da comunidade e dos demais prestadores de cuidados de saúde. Deve ser assegurado o acesso à saúde de forma integrada, promovendo o diagnóstico e tratamento de doenças agudas, o acompanhamento das patologias crónicas e tendo em especial atenção a saúde mental.
1 Comentário
29/10/2022 16:35:26
Fact writer start last ball. Issue care tell hold. Wall something since may.
Responder
Deixe uma resposta. |
categorias
Tudo Acordos E Parcerias Aplicações Autoridade De Saúde Doenças Não Transmissíveis Doenças Transmissíveis Doenças Tropicais Epidemiologia Especialidade Farmacologia Gestão Em Saúde Gestão Em Saúde Internato Investigação Normas DGS Obesidade OMS Prémios Projectos De Interesse Resistência Antimicrobiana Resistência Antimicrobiana Saúde Global Saúde Mental Saúde Mental Saúde Oral Saúde Oral Saúde Sazonal Saúde Sazonal SICAD Sistemas De Saúde Tecnologias Em Saúde Tecnologias Em Saúde Vacinação Vacinação histórico de notícias
Outubro 2023
|
Contactos
Email
[email protected] |
Twitter
twitter.com/saudemaispubli1 |
Instagram
instagram.com/saudemaispublica |