“Supermarket policies on less-healthy food at checkouts”

Figura 1. Séries temporais de associação entre a implementação da política alimentar e o consumo de produtos nas caixas de pagamento em 6 supermercados. Linha vermelha - consumo depois de intervenção; linha vermelha picotada - consumo antes de intervenção; linha azul - controlo. (Fonte: https://doi.org/10.1371/journal.pmed.1002712.g002)

No passado dia 18 de dezembro, o jornal britânico BBC publicou uma notícia sobre resultados positivos obtidos num grande estudo sobre a remoção de produtos alimentares não saudáveis, como doces e chocolates, da zona das caixas de pagamento.

A utilização destes espaços prende-se com a motivação dos clientes em comprar produtos tanto para si, como por exemplo, para os filhos em recompensa do bom comportamento destes no supermercado. Deste modo, foi realizado um estudo não experimental, no qual foram implementadas políticas de saúde no sentido da remoção destes produtos nocivos das suas localizações junto às caixas de pagamento. Ao fim de 12 meses de follow-up, verificou-se um decréscimo significativo no seu consumo, em alguns casos a atingir uma redução de 80%.

Devido ao problema transversal ao mundo ocidental, e em particular, em Portugal, a obesidade infantil deve ser alvo de atividades de promoção de saúde e prevenção de riscos para o seu desenvolvimento ou agravamento, como o excesso de calorias.

Embora intervenções, como este estudo propõe, possam resultar num elevado benefício, há vários fatores de confundimento que devem ser tidos em conta como o facto dos consumidores simplesmente optarem por outros produtos alimentares nocivos não contemplados. Pese embora, não se possa estabelecer uma relação de causalidade, é importante estes espaços comerciais assumirem, também, uma responsabilidade pelo bem-estar e estado de saúde da população.

Provavelmente, por questões intrínsecas ao objetivos lucrativos de cada indústria alimentar, nem sempre é fácil estas superfícies aceitarem a implementação de medidas que tenham implicação na venda dos seus produtos. De qualquer forma, deve ser promovido a negociação e a procura de outras vantagens que as tomadas de decisão a favor de medidas preventivas em saúde, se possam traduzir em benefícios lucrativos para estes espaços comerciais.
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A notícia encontra-se neste link publicada, enquanto o estudo encontra-se aqui.

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