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22/4/2022 2 Comentários Micro-diâmetro, macro-impacto?A propósito da celebração do Dia Mundial da Saúde, a 7 de abril de 2022, a OMS decretou o tema “O nosso Planeta, a nossa Saúde”, destacando o conceito de Saúde Sustentável. Este conceito, definido como “o alcance do melhor nível de saúde e bem-estar da população, sem comprometer a saúde e bem-estar das gerações futuras, nem deixar ninguém para trás” é, também, destaque na versão do Plano Nacional de Saúde, recentemente publicada para consulta pública. Poucos dias antes, e em menos de duas semanas, foram comunicados os resultados de dois estudos que apontam no mesmo sentido: os microplásticos encontram-se alojados no organismo do ser humano e torna-se urgente conhecer as suas consequências. O primeiro relata a descoberta de microplásticos na corrente sanguínea de 80% dos participantes (adultos saudáveis). Em cerca de metade das amostras foi encontrado plástico PET (rotineiramente utilizado em embalagens e garrafas), seguindo-se, por ordem decrescente de grandeza, a presença de poliestireno (comum em embalagens de alimentos) e de polietileno (usado em sacos de compras). Este tipo de material já havia sido detectado em animais marinhos, assim como na água, alimentos e atmosfera, bem como em fezes de bebés e adultos. Um outro estudo identificou, pela primeira vez, a presença de microplásticos nos pulmões de indivíduos vivos (existindo evidência prévia da presença deste tipo de material em amostras retiradas de cadáveres humanos). Estes achados suportam a hipótese de que, para além da ingestão de microplásticos através de alimentos e água contaminados, a inalação também representa uma via de exposição ambiental. O grande desafio agora passa por tentar perceber se este fenómeno implica consequências significativas para a saúde humana e quais. Trabalhos anteriores demonstraram o desenvolvimento de inflamações intestinais em populações de ratos expostos a grandes quantidades de plástico, para além de contagens de esperma abaixo dos níveis normais. Outros apontam no sentido da indução de dano celular, incluindo morte celular. Existe ainda evidência de limitação no transporte de oxigénio pelos eritrócitos, devido à aglutinação destas células com os microplásticos. No entanto, o conhecimento sobre a toxicidade para os seres humanos é ainda muito limitado, podendo ser particularmente preocupante nos recém-nascidos, onde foram detectados microplásticos em amostras de fezes com valores 10 vezes superiores aos dos adultos. Parece, assim, indiscutível a necessidade da continuação do investimento em trabalhos de investigação neste âmbito (especialmente sendo expectável que a produção de plástico continue em crescimento contínuo), sendo a abordagem One Health cada vez mais essencial.
2 Comentários
11/11/2022 16:32:21
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15/11/2022 20:35:41
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