Nome
Rita Sá Machado Instituição/Conferência/Encontro, Cidade e País Estágio Opcional - WHO Europe, Department for International Health and Development, Migration and Health (Veneza, Itália). Como foi o processo de candidatura? O meu processo de candidatura foi um pouco diferente do habitual, já que fui convidada a submeter uma candidatura pelo Coordenador do Programa. Contudo, o processo usual é submetermos uma candidatura via Global Vacancy Note e depois podem ocorrer dois cenários: 1) Se o Programa X precisa de um interno com um perfil específico, pede aos recursos humanos (RH) para lhe enviarem os CV desses candidatos, escolhendo depois o(s) interno(s) a partir daí; ou 2) no fim de cada ciclo de 6 meses os RH enviam para o Programa X os CV dos candidatos que selecionaram a área X como preferida e o responsável de área escolhe a partir daí. Achas que foi uma experiência enriquecedora a nível profissional? Quais as maiores aprendizagens? Sem dúvida! Enquanto estágio opcional cumpriu o seu propósito de dar uma perspetiva abrangente de uma área particular da saúde pública. Foi-me possível, a partir deste estágio, conhecer melhor a esfera da Organização Mundial de Saúde, percebendo a sua organização e a dinâmica pormenorizada das áreas funcionais, ao mesmo tempo que permitiu experienciar o dia a dia num escritório de uma Organização Internacional. Tiveste oportunidade para conhecer melhor outros colegas e a cidade onde decorreu o evento? O Office de Veneza é pequeno (constituído por aproximadamente 12 pessoas), pelo que foi possível conhecer os colegas… e Veneza. Dependendo da altura do ano, podem ter a oportunidade de estar no Carnaval, serem “apanhados” pelaacqua altaou maravilharem-se com as bienais de arte e arquitetura. Se o vosso objetivo principal é fazer networking com pessoas mais jovens de Saúde Pública, aí penso que o melhor local será Genebra, tão sobejamente conhecida pela cidade dos “expats” (expatriados). O que achaste do Office? O Office the Veneza é o Centro de excelência para as áreas de determinantes sociais de saúde e equidade, fazendo a coordenação da WHO European Regions for Health Networke a Small Countries Initiative. Por ser um Office de pequenas dimensões há oportunidade de colaborar em diversas áreas mas, por outro lado, estamos bastante afastados do epicentro da WHO Europe. O que mais te marcou nesta experiência? Esta experiência permitiu perceber que a Organização Mundial de Saúde é uma organização “real”, isto é, aquilo que muitas vezes pensamos que só acontece em Portugal também acontece lá (exemplo: burocracias infindáveis)!!! Deste modo, esta experiência permitiu desconstruir a ideia utópica que temos de uma Organização desta dimensão e ao mesmo tempo deu a perceber o quão bem preparados somos pela nossa formação do internato médico (apesar de não acharmos). Numa nota mais pessoal, esta experiência foi de extrema relevância para a aproximação a um tema que tenho particular interesse, área essa a que ainda hoje dedico parte do meu tempo. Que conselhos darias a outros internos que gostassem de ter uma experiência semelhante? As candidaturas estão abertas o ano todo, em blocos de 6 meses (janeiro a junho e de julho a dezembro), na Global Vacancy Note. Se por acaso têm uma área que gostam em particular, aconselho a contactar alguém desse departamento antes, já que isso poderá ajudar no processo de candidatura! Também não se esqueçam de começar com tempo a pensar nisto, não só pelo tempo que pode demorar a conseguir-se o estágio, mas também pelos pedidos de autorização aqui do Internato.
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Parte da equipa de implementação do projeto "Intervenção para o controlo da celulite necrotizante em São Tomé e Príncipe"
Nome Joana Vidal Castro Instituição/Conferência/Encontro, Cidade e País Projeto “Intervenção para o controlo da celulite necrotizante em São Tomé e Príncipe”, São Tomé, São Tomé e Príncipe. Como foi o processo de candidatura? Estava a realizar o Curso de Especialização em Saúde Pública (CESP) no Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT) e surgiu a oportunidade de realizar o meu trabalho de investigação sobre o tema celulite necrotizante em São Tomé. A incorporação no Projeto “Intervenção para o controlo da celulite necrotizante em São Tomé e Príncipe”, com o financiamento da Fundação Calouste Gulbenkian e do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, IP., um projeto mais amplo com diversos parceiros técnicos (DGS, IGC, IHMT, INSA), surgiu no âmbito da Cooperação entre Portugal e São Tomé e Príncipe, e ocorreu um pouco mais tarde quando já tinha terminado o CESP e estava no início do estágio de investigação. Achas que foi uma experiência enriquecedora a nível profissional? Quais as maiores aprendizagens? Sem dúvida, foi uma experiência muito enriquecedora. Perseverança e empenho são fundamentais para conseguir atingir os objetivos a que nos propomos, principalmente em contextos menos familiares. E leve leve, lema do país e ritmo da vida quotidiana são tomense – as coisas acontecem, apesar de nem sempre ao ritmo que desejamos. Tiveste oportunidade para conhecer melhor outros colegas e a cidade onde decorreu o evento? Bem a primeira parte da pergunta não se adequa muito bem. Não conheci nenhum médico interno de saúde pública, mas tive oportunidade de conhecer muitos profissionais que trabalham em saúde pública. Quanto a conhecer a cidade, viver durante 2 meses numa cidade diferente sem dúvida que permite ficar a conhecer melhor a realidade e cultura local. O trabalho que desenvolvi também me permitiu conhecer o resto do país, quer as unidades de saúde espalhadas pela ilha quer algumas comunidades mais remotas. E ao fim-de-semana aproveitei para conhecer as praias e paisagens naturais magníficas que o país tem. O que achaste da cidade? Gostei muito. É uma mistura de arquitetura colonial e construções mais modernas, espalhada entre 2 baías de mar e rodeada de vegetação de um verde vibrante, com clima tropical, que vibra ao ritmo da passagem constante de motoqueiros e de música africana. No resto do país há várias paisagens naturais magníficas que valem a pena conhecer, das quais destaco a Lagoa Azul e a cascata de S. Nicolau. As visitas às roças de café ou cacau são também experiências únicas, e que permitem aprofundar a história do sistema de saúde de São Tomé ao percorrer os corredores dos seus antigos hospitais. O que mais te marcou nesta experiência? A simplicidade das pessoas e a sensação de que se consegue facilmente fazer a diferença com poucos recursos. Que conselhos darias a outros internos que gostassem de ter uma experiência semelhante? Aproveitem e não pensem duas vezes antes de embarcarem numa aventura semelhante. São oportunidades únicas, muito enriquecedoras e que nos ajudam a crescer e desenvolver quer como profissional e quer como pessoa. 2/10/2018 0 Comentários Miguel Cabral @ Instituto de Saúde Pública da Escola Médica da Universidade Católica do Sagrado Coração, Roma, ItáliaNome
Miguel Cabral Instituição, Cidade e País Instituto de Saúde Pública da Escola Médica da Universidade Católica do Sagrado Coração, Roma, Itália. Como foi o processo de candidatura? O processo informal foi muito simples. Um colega interno de Saúde Pública de Malta esteve em Lisboa para uma reunião de trabalho e, entre um café e um pastel de Belém, disse-lhe que estava a pensar fazer o meu estágio opcional de internato em Roma. Ele garantiu-me que conhecia a pessoa perfeita para me orientar nesse estágio e, no dia seguinte, tinha na minha caixa de email uma proposta genérica de temas que poderiam ser abordados no mesmo, por parte do seu coordenador. Como a minha mulher disse, eram muitas palavras que eu gostava juntas, pelo que formalizei a minha candidatura. A parte seguinte do processo demorou um pouco mais e implicou o envio de cartas de autorização por parte do meu orientador e do meu Coordenador de Internato, uma extensão territorial dos meu seguros profissionais e um pagamento de 300€ pelo estágio. Quais foram as tuas funções? De uma forma geral, podem resumir-se a contribuir para alguns dos trabalhos que já estavam em desenvolvimento no Instituto. Inicialmente o meu estágio iria abordar 2 temas: Health Technology Assessment (HTA) e liderança em Medicina [o Instituto é um centro colaborativo da Organização Mundial de Saúde (OMS) neste tema]. Acabei por abordar também o tema dos cuidados de saúde baseados em valor, uma vez que o instituto estava também associado a uma Spin-off da Universidade que trabalhava nesta área. No que se refere à HTA, ajudei o meu orientador na compilação de informação sobre HTA no âmbito da diálise peritoneal, para uma apresentação num congresso. No que toca o tema da liderança em Medicina, colaborei no desenvolvimento de um artigo científico nesta área e na preparação de um evento europeu neste tema. Já sobre os cuidados baseados em valor, colaborei na elaboração de 2 documentos com base em eventos ocorridos sobre o tema. Achas que foi uma experiência enriquecedora a nível profissional? Quais as maiores aprendizagens? Foi muitíssimo enriquecedora. Mesmo tendo em conta a formação adicional que tenho em administração hospitalar, pude adquirir e aprofundar conhecimentos em todas as áreas que abordei. Pela novidade em relação ao que é tipicamente discutido em Portugal, destaco (i) o modelo para HTA realizado pela EUnetHTA e (ii) a perspectiva de Sir Muir Gray de valor triplo num contexto de Serviço Nacional de Saúde, que expande os conceitos de Porter, tipicamente o único autor mencionado nesta área em Portugal. Para além destes conhecimentos mais específicos, a possibilidade de frequentar algumas aulas de uma pós-graduação em liderança foi também uma oportunidade incrível. Destaco ainda a possibilidade de perceber melhor o funcionamento do serviço nacional de saúde e do internato de saúde pública italianos. Mesmo a nível profissional, não posso deixar de destacar as relações que estabeleci durante o estágio, quer a nível de colegas, quer a nível de profissionais mais seniores, italianos e de outras nacionalidades. Por exemplo, tive a oportunidade de conhecer o Sir Muir Gray e o Dr. Jani Anant, autores de destaque na área do valor em saúde. Tiveste oportunidade para conhecer melhor outros colegas? Apesar do estágio ser relativamente curto, tive a oportunidade de conhecer e colaborar com vários colegas internos e recém-especialistas, pois o instituto era um centro formativo para vários internos, em diferentes pontos do seu internato. Fui muitíssimo bem acolhido e estou certo de que estas relações continuarão no futuro, certamente também com benefícios profissionais, dada a elevada qualidade técnica destes colegas e as relações interpessoais que desenvolvemos. O que achaste da cidade? Achei que precisava de um estágio maior para a descobrir devidamente. Tive a sorte de realizar o estágio em Roma na mesma altura em que a minha mulher também lá estava a realizar um estágio do seu internato. Tentámos aproveitar para visitar não só Roma, mas também outras cidades em Itália. E se em Roma parece que há cultura e história em cada esquina, também em qualquer cidadezinha/vila se podem encontrar monumentos de interesse. Não vale a pena falar na comida, resumo dizendo que é óptima. Os únicos pontos negativos foram o trânsito e a escassez de transportes públicos viáveis. Vivi no sul de Roma, bastante afastado do Instituto em que trabalhei, em que uma viagem de 20 minutos sem trânsito, chegava a 1h40 com trânsito. O que mais te marcou nesta experiência? A nível profissional, foi muito marcante comprovar como uma experiência pode ser tão enriquecedora em tão pouco tempo. A possibilidade de trabalhar e viver com a minha mulher no estrangeiro foi também muito positiva a nível pessoal. E numa mistura entre o profissional e o pessoal marcou-me também o conjunto de novos contactos que pude estabelecer junto dos colegas e especialistas no instituto. Por outro lado, acho que também não me vou esquecer tão cedo de ter dado boleia a um antigo engenheiro da Ferrari. Que conselhos darias a outros internos que gostassem de ter uma experiência semelhante? No meu caso, tive a sorte de encontrar esta oportunidade única através de uma conversa informal com um colega. Apesar de considerar que esta é uma ótima via para descobrir oportunidades, existem outras vias para explorar possibilidades semelhantes, de forma estruturada. Em primeiro lugar, destaco a Rede Europeia de Médicos Internos de Saúde Pública (EuroNet MRPH), que tem um programa de estágios internacionais. Para além desta via, aconselho também o uso da base dos Centros Colaborativos da OMS, que permite procurar por instituições com base na localização ou nos temas que abordam. Através desta última, é necessário estabelecer um estágio por nossa “conta e risco”, por assim dizer, mas penso que, na maioria dos casos, haverá muito interesse em acolher profissionais motivados e qualificados como os internos de saúde pública portugueses. O conselho mais importante que posso dar é mesmo não deixar de ter uma experiência deste tipo. Temos a sorte de ter um programa de internato que nos permite fazer um estágio no estrangeiro e considero que não devemos desperdiçar esta oportunidade. O percurso de internato sairá valorizado e a experiência pessoal tenderá a ser positiva. |
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