Nome
Ana Sottomayor Instituição/Conferência/Encontro, Cidade e País Equipa de Vigilância Epidemiológica do BOOM Festival 2018, Idanha-a-Nova, Portugal, de 24 a 29 de julho 2018. Como foi o processo de candidatura? O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), no âmbito da função de observatório de Saúde e de vigilância epidemiológica, tem uma linha de investigação na área dos Eventos de Massas. Assim, desenvolve atividades dentro deste âmbito em diversos festivais do país, oferecendo aos internos de Saúde Pública a oportunidade de participarem nas equipas de Vigilância Epidemiológica, especificamente na equipa do BOOM Festival e do Andanças. A minha participação surgiu do interesse que demonstrei após ter sido divulgada esta oportunidade no e-mail geral dos internos de Saúde Pública, como também devem ter visto. Achas que foi uma experiência enriquecedora a nível profissional? Quais as maiores aprendizagens? Claramente. Como futura médica de Saúde Pública é muito interessante estar no terreno e vivenciar, de diversas formas, aquilo que são as nossas competências. A Vigilância Epidemiológica, atividade que compreende a recolha contínua e sistemática, análise e interpretação de dados orientada para a ação, é uma das nossas competências base. Ter tido a oportunidade de ser responsável por este processo num contexto completamente diferente, em que vigilancia, ação e resultado estão extremamente próximos foi sem dúvida benéfico para a minha formação. O facto de estarmos permanentemente no terreno permite uma interação com as diferentes componentes associadas à vigilância que dificilmente obtemos nos nossos locais de formação. Aqui nós vemos o estado de saúde da população visto trabalharmos lado a lado com os prestadores de serviços de saúde, no “hospital”, recolhemos a informação, analisamos, vamos ver as condições em que o festival decorre e articulamos com as pessoas responsáveis por cada um dos componentes que nos preocupa, seja a qualidade da água, a restauração, o terreno, as infraestruturas, etc. Mais do que isto, vemos a mudança a acontecer em tempo real e de uma forma quase imediata o que permite compreender a importância do nosso trabalho de uma forma muito clara. Além disto, o facto de estarmos no terreno, permite-nos entender melhor os problemas existentes, incentivando-nos a pensar em formas mais eficientes de trabalhar e em novos eixos de intervenção. Se tivesse que eleger uma aprendizagem, seria a importância do trabalho de equipa. Não é uma competência exclusiva dos médicos de Saúde Pública mas sem dúvida faz a diferença em qualquer contexto e aqui percebemos bem isso. Por fim, mas não menos importante, o convívio com outros internos e especialistas foi muito enriquecedor! Tiveste oportunidade para conhecer melhor outros colegas e a cidade onde decorreu o evento? Como disse anteriormente o convívio entre os internos e especialistas, de Saúde Pública e não só, é uma parte muito importante da experiência. A nossa equipa ficou quase toda no mesmo alojamento e os turnos eram sempre de duas ou três pessoas, pelo que houve oportunidade de conhecer outros colegas quer em trabalho, quer fora do contexto de trabalho. Também foi possível conhecer o festival, que é simplesmente lindo! Como é natural, temos algumas limitações em termos de aproveitamento do festival porque os turnos de trabalho são muito intensos e é necessário descansar. Ainda assim penso que de uma forma global se consegue ter um bom equilíbrio entre trabalho e festival. O que achaste do festival? O BOOM é um festival que recebe muita gente, cerca 50 mil pessoas, sendo conhecido, talvez, pelos excessos mediatizados...mas é de facto um festival com princípios extremamente bons. Preocupam-se com a sustentabilidade do planeta, incutem um espírito de partilha, solidariedade, comunidade, respeito, estimulam a criatividade e o desenvolvimento pessoal entre muitos outros e tudo isto se vê no festival. Normalmente não há confrontos físicos, desacatos, lixo, etc. Reparei também no espírito de partilha das pessoas que normalmente estavam prontas para ajudar e na enorme diversão que paira no ar. É uma experiência intensa, sem dúvida, mas tudo à nossa volta é muito muito bonito e podemos aproveitar os diversos cenários existentes também para descansar. O que mais te marcou nesta experiência? Acho que ainda é cedo para falar do que mais me marcou até porque são muitas coisas em poucos dias, é preciso assentar o pó! Mas toda a experiência é muito boa e aconselho. Que conselhos darias a outros internos que gostassem de ter uma experiência semelhante? Estejam atentos porque normalmente é por volta de junho/julho que recebemos o email a perguntar se há interessados em integrar estas equipas.
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