No passado dia 23 de maio foi eleito, à terceira volta, o novo Diretor-Geral da OMS, num processo altamente participado e democratizado. Recorde-se que as eleições para este cargo não eram diretas, isto é, não se verificava, como aconteceu em 2017, na 70.ª Assembleia Mundial da Saúde, uma eleição por voto secreto dos Estados membros da OMS (atualmente, 194 países). Tedros Adhanom Ghebreyesus é etíope, possui formação em imunologia e doenças infeciosas e detém vasta experiência política, tendo sido Ministro da Saúde e Ministro dos Negócios Estrangeiros do seu país. Destaca-se, no seu percurso profissional e político o combate à malária, ao HIV e SIDA, mas também a sua intervenção na recente crise do Ébola, tendo desempenhado um papel essencial ao enviar trabalhadores da saúde etíopes para o contingente da União Africana. O seu percurso permite desde já antever que o trabalho da OMS se centrará particularmente na região africana, uma das mais afetadas em matéria de recursos, surtos, crises de saúde pública e onde os sistemas de saúde são mais débeis. Espera-se, no entanto, que contribua para o reforço do papel global da OMS e que projete esta organização como a grande promotora e defensora da Saúde Pública no quadro das Nações Unidas e nas restantes organizações mundiais. Que lidere, com sucesso, a implementação do Objetivo do Desenvolvimento Sustentável 3 (“Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todas e todos, em todas as idades”); que continue a promover estratégias de resposta às doenças não transmissíveis. Que seja firme no combate ao tabagismo e à indústria e aos lobbies dos determinantes comerciais da saúde. Finalmente, que aprofunde a reforma e a reestruturação da Organização de forma a torná-la mais sólida, transparente e responsiva. Assumiu esse desafio e tem todas as condições para o fazer: externamente, pelo reforço democrático que a sua eleição trouxe (o primeiro africano, um não-médico, um homem hábil a criar e desenvolver parcerias); internamente, porque existe uma grande expectativa em volta do seu mandato, porque o Orçamento da OMS será aumentado já no biénio 2018-2019 e porque a criação do Programa de Emergências permitirá, crê-se, uma resposta rápida, coordenada, articulada, transparente e eficiente no surgimento de surtos – e eles irão surgir... Dr.ª Eva Falcão
Diretora de Serviços de Coordenação das Relações Internacionais da Direção Geral de Saúde
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Fevereiro 2024
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