Nome Inês Morais Vilaça Conferência/cidade/país Participação e Comunicação Oral no 17º Congresso Mundial de Saúde Pública (17th World Congress on Public Health) - Roma (Itália), 2023 Como tomaste conhecimento do congresso? Tomei conhecimento do congresso através de conversas com colegas durante o CESP. Posteriormente, também vi divulgações do evento nas redes sociais da Saúde+Pública e da ANMSP. O que te motivou a participares? Foram vários os motivos que me levaram a participar: em primeiro lugar, a vontade de trocar experiências com outros profissionais e conhecer a realidade da saúde pública de outros países; em segundo lugar, a vontade de ouvir conversas e discussões entre grandes investigadores e líderes envolvidos na política internacional. Tinha a certeza de que algumas das questões com as quais já me debatia, entre elas as razões pelas quais ser tão difícil encontrar soluções para os problemas da saúde pública, já teriam sido objeto de reflexão e discussão por estes especialistas, pelo que queria presenciar esta conversa para que, no futuro, possa talvez participar na resolução desses problemas. Outro dos motivos que me levou a participar foram os temas que seriam discutidos no congresso. Entre os vários temas, interessavam-me particularmente três: Saúde Planetária, Iniquidades e Inteligência Artificial. Fui particularmente atraída pelo tema da Saúde Planetária, que é, de facto, a minha maior área de interesse dentro da Saúde Publica. As alterações climáticas e os seus impactos na saúde e nos ecossistemas são um tema pelo qual me interesso há muito tempo, ainda antes de ter ingressado em qualquer curso superior. Portanto, tinha certeza de que não poderia faltar a uma discussão mundial sobre o assunto. No entanto, o fator decisivo para eu tomar a decisão de ir foi a vontade de apresentar o meu trabalho de investigação neste congresso. Quais foram os temas abordados e workshops/atividades destacados no congresso? Ao longo dos quatro dias de congresso, ocorreram várias sessões paralelas. Portanto, foi necessário tomar decisões sobre quais sessões e workshops participar. Além dos três temas referidos acima foram também abordados outros temas, nomeadamente: os desafios e lições aprendidas após a pandemia COVID-19, saúde mental, doenças preveníveis por vacinação, melhoria da capacidade de trabalho e habilidades de governação em saúde pública, além de conflitos e catástrofes em saúde pública. Naturalmente, preferi participar de workshops sobre os temas que me interessavam, mas também tive a oportunidade de assistir a uma sessão plenária sobre cada um dos temas do congresso. Paralelamente, ocorreram também comunicações orais e apresentações de pósteres que, em comparação com as sessões plenárias, eram uma forma melhor de participar na discussão científica e partilhar ideias relativamente a questões de investigação pertinentes, uma vez que eram mais focadas. Entre as sessões a que assisti, destaco a primeira sessão plenária, com o tema “No Public Health Without Planetary Health”, palestrada por Samuel Myers, Maria Neira e Txai Suruí. Os três foram excelentes palestrantes, mas foi, sem dúvida, uma sessão marcada pela capacidade oratória de Samuel Myers e sua habilidade em fazer advocacia pela ação. Nesta sessão, falou-se sobre as consequências das alterações climáticas em saúde, com particular enfoque na insegurança alimentar, na saúde mental e no risco de migrações forçadas (displacement). Foi ressaltado o modo como todos esses fenómenos são agravados por diversos outros fatores sociais, demográficos e económicos. Os workshops eram, em geral, mais práticos do que as sessões plenárias e proporcionavam mais oportunidades de participar nos debates. Gostaria de destacar três workshops em que participei e que considerei especialmente relevantes: 1) “Conflicts of interest (CoI) and undue corporate influence in public health: from the international context to local interventions”. Neste workshop, foram debatidos os vieses de fazer investigação e intervenção com apoio da indústria. Foram expostas algumas estratégias politicas adotadas pelas empresas para impor a utilização do seu produto e discutiu-se como devem ser interpretados os resultados de estudos financiados pelas mesmas. A discussão foi mais focada na influência da industria alimentar, mas também foram apresentados exemplos relacionados com as indústrias do álcool e do tabaco. 2) “Could humanity build a new planetary governance system able to tackle pandemics and other existential threats? A thoughtexperiment.” Após uma breve apresentação sobre os erros cometidos e os desafios impostos pela última pandemia, bem como sobre as principais ameaças à saúde pública atual, formaram-se pequenos grupos de discussão entre os participantes. Foi solicitado que elaborássemos um conjunto de medidas que, implementadas num mundo ideal, ajudassem a lidar com futuras ameaças e promovessem a coesão social e a adesão da população às medidas de saúde pública. De seguida, as ideias foram partilhadas por um porta-voz de cada grupo, tendo surgido vários aspectos que destaco como reflexão da discussão. Em primeiro lugar, a necessidade de um trabalho conjunto com outras áreas de conhecimento, promovendo uma melhor cooperação entre os profissionais de saúde e outros profissionais. Também foi realçada a importância de uma comunicação mais efetiva, tanto entre as instituições, quanto para a população em geral, incluindo a necessidade de transmitir mensagens claras, mas também de saber comunicar a incerteza quando esta existe, bem como o impacto de notícias falsas. Por fim, discutiu-se a necessidade de trabalhar com mais projeções e dados no futuro, em vez de adotar uma perspectiva retrospectiva, como é frequentemente feito em investigação. 3) “Is the high-income/ low-middle income country classification still relevant in today’s healthequity dialogue?” Esteve em debate o sistema de classificação criado pelo Banco Mundial, que divide os países em três categorias com base no seu PIB: baixo, médio e alto rendimento. Discutiu-se se esta seria uma classificação justa num mundo em que existe tanta mobilidade da população e em que o PIB de um país pode não refletir o acesso à saúde da população geral, ou de comunidades mais vulneráveis que façam parte dessa população. Neste contexto, foi discutido o impacto da corrupção e dos pagamentos out-of-pocket nos custos da saúde e dos serviços. Foi utilizado o exemplo da variação da esperança média de vida ao longo da linha metro de Glasgow para discutir o papel das iniquidades dentro de um mesmo país que é classificado como de alto rendimento. Foram também discutidas as implicações que essa classificação pode ter para cada país. Neste contexto, foi mencionado como exemplo o financiamento disponível para intervenções em saúde em países de baixo rendimento, que muitas vezes é “cortado”, quando o país passa de baixo para médio rendimento. Por fim, foi debatido se seria importante substituir esta classificação e, em caso afirmativo, quais as melhores alternativas e medidas a ser incluídas nesta nova classificação. Falou-se na inclusão do índice de Gini e na necessidade de rever as normas de atribuição de financiamento, de modo a não eliminar os investimentos anteriores. Quanto à tua comunicação oral, em que consistiu? A minha comunicação oral apresenta alguns resultados preliminares da investigação que estou a realizar no âmbito do Internato Médico. Este trabalho é feito em colaboração com uma equipa de investigadores do ISPUP, sob orientação da Professora Ana Isabel Ribeiro. Resulta do protocolo de investigação que desenvolvi durante o Curso de Especialização em Saúde Pública (CESP) nessa mesma instituição. O tema desta investigação é “Ecoansiedade, seus determinantes e adoção de comportamentos pró-ambientais”, e apresenta dados recolhidos na coorte Geração XXI, uma coorte de crianças nascidas entre 2005 e 2006 na área metropolitana do Porto. Foi uma experiência gratificante desenvolver este trabalho, pois deu-me a oportunidade de trabalhar com uma boa equipa de investigação e aprender muito ao estar envolvida em todas as fases do processo de investigação. No ano do CESP, comecei a elaborar o protocolo logo após a introdução da disciplina correspondente, porque pretendia ter dados para análise de forma atempada para dar cumprimento ao estágio de investigação. Consciente de que as comissões de ética e a recolha de dados primários podem ser demoradas, finalizei o meu protocolo em agosto e submeti-o no mês seguinte à comissão de ética. Felizmente, em setembro, o protocolo foi aprovado. A recolha de dados na coorte começou em novembro de 2022, através de um questionário online, e só terminou em março de 2023, após alguns contactos telefónicos para aumentar a amostra. Esses prazos permitiram que, em dezembro de 2022, quando terminavam as submissões para o congresso mundial, eu já tivesse dados preliminares da subamostra recolhida até então, o que me permitiu elaborar um resumo com alguns resultados. Agora, em maio, a recolha de dados já estava concluída, e os dados apresentados durante o congresso foram quase os resultados finais desta investigação, que espero que sejam aceites para publicação no futuro. Este é um tema que surge da necessidade de estudar as consequências das alterações climáticas na saúde, algo que realmente me interessa muito e, por isso, fazer este trabalho foi gratificante. Entre as várias consequências em saúde, decidi focar-me na saúde mental, dado que é uma área que representa uma elevada carga de doença no nosso país, em especial em adolescentes. Até à data em que iniciamos o estudo, não havia nenhuma quantificação ou caraterização do fenómeno em Portugal e, a nível internacional, são necessários mais estudos para consolidar o conhecimento sobre o tema. Os resumos submetidos para o congresso foram publicados numa revista científica, podendo o mesmo, bem como a equipa de investigação completa ser consultados aqui. Por fim, senti que o meu trabalho estava muito alinhado com os temas do congresso, já que a ecoansiedade foi mencionada, por Samuel Myers, durante a primeira sessão plenária do congresso, como uma das consequências das alterações climáticas na saúde. Figura 1: Apresentação da comunicação oral “Eco-anxiety, its determinants and the adoption of pro-environmental behaviours: Findings from the Generation XXI cohort” Achas que foi uma experiência enriquecedora a nível profissional? Quais as tuas maiores aprendizagens? Foi, sem dúvida, uma experiência enriquecedora. Além de todo o conhecimento que adquiri nas sessões e nas respetivas discussões, tive também a oportunidade de ser co-moderadora de uma sessão de pósteres sobre Saúde Materna, da Criança e do Adolescente, em conjunto com a Professora Alena Petrakova. Esta experiência contribuiu para a melhoria das minhas competências de comunicação e moderação de diálogo, permitiu-me conhecer em maior detalhe os trabalhos de investigação que os colegas apresentavam nos respetivos posters e fez sentir-me envolvida na discussão dos mesmos. A experiência mais enriquecedora a nível profissional foi, sem dúvida, realizar a comunicação oral. Vários foram os motivos que tornaram essa experiência a mais enriquecedora. Em primeiro lugar, destaco a discussão e as perguntas que surgiram após a apresentação, pois permitiram-me receber contribuições e insights do público sobre o significado e as implicações dos resultados apresentados, assim como sugestões para aprimorar o trabalho antes da sua publicação e apresentação do relatório final do internato. Além disso, essa oportunidade foi importante para desenvolver habilidades de comunicação numa língua não materna, bem como a capacidade de síntese, já que a apresentação não poderia ultrapassar os 6 minutos. Mas, acima de tudo, esta experiência foi fundamental para “perder o medo” das comunicações orais em congressos internacionais, que na verdade correm bem se forem bem preparadas. Tiveste oportunidade para conhecer melhor outros colegas e a cidade onde decorreo congresso? O que achaste do país/cidade/local/organização? Sim, conheci colegas dos Estados Unidos, de Hong Kong, das Filipinas e de Myanmar, com quem mantive contato ao longo do congresso, e espero contunuar a manter. Também tive conversas esporádicas e discussões interessantes com muitas outras pessoas durante as sessões. Confesso que nunca tinha ido à Itália, por isso decidi fazer uma semana de férias após o congresso para fazer turismo, o que me deu tempo para conhecer bem a cidade. Roma é uma cidade interessante e cheia de história e mitologia por isso gostei muito de passear, de visitar os museus e de aprender todas as histórias que os quadros e esculturas aí expostas contam. No entanto, a cidade possui um grande problema, que é o lixo nas ruas e as ervas das bermas não cortadas. Além de ser visualmente desagradável, o lixo no chão acaba eventualmente ir parar ao rio e, posteriormente, ao mar, prejudicando os ecossistemas. O lixo, juntamente com as ervas altas, também representa um risco para a disseminação de vetores. Por outro lado, como a maioria das capitais europeias, a cidade possui um bom sistema de transportes públicos, o que é um ponto positivo. Quanto ao congresso em si, estava bem organizado. O que mais te marcou nesta experiência? Tudo o que já fui dizendo até agora, mas em resumo fazer a comunicação oral e criar algumas relações internacionais. Também soube muito bem ter tantos portugueses na audiência da comunicação oral para me dar apoio: é bom saber que estou a crescer numa coorte de internos de saúde publica interessados em cooperar, e não em divergir. Figura 2: Colegas Portugueses de Saúde Pública uns breves momentos antes de ter inicio a comunicação oral. Recomendarias a experiência a outros internos?
Sim, recomendo. Participar num congresso internacional é sempre uma ótima oportunidade, mas principalmente recomendo sempre que pensem em trabalhos de investigação com tempo, para, caso surja a oportunidade de ir a um congresso como este, se poder divulgar os resultados, tornando, quer a experiência do congresso, quer o trabalho de investigação, mais enriquecidos. Vale a pena realçar que, apesar de tudo, os congressos desse tipo tendem a ter um custo elevado, pelo que é importante tirar o máximo partido de cada participação. Recebeste algum tipo de financiamento? O ISPUP lançou, recentemente, uma bolsa de apoio financeiro à pesquisa realizada no âmbito do CESP, direcionada para trabalhos desenvolvidos em colaboração com a instituição. Concorri à mesma e ganhei uma destas bolsas, que me cobriu o custo de inscrição no congresso.
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Como soubeste da existência desta oportunidade?
A possibilidade de realizar Estágio Opcional neste Serviço foi divulgada aos Médicos Internos de Saúde Pública (MISP) do Alentejo pelo Coordenador de Internato Médico de Saúde Pública do Alentejo, salientando o processo simplificado de candidatura pela existência prévia de um protocolo entre a ARS Alentejo e o Hospital Universitário de Badajoz. Até ao presente, três Médicos Internos de SP do Alentejo já realizaram este estágio, neste serviço. Como foi o processo de candidatura? Havia oportunidade de financiamento? Realizei a candidatura com cerca de três meses de antecedência, através de um pedido formal de Estágio Opcional ao Diretor do Serviço de Medicina Preventiva e Saúde Pública do Hospital Universitário de Badajoz e à Comisión de Docencia del Complejo Hospitalario Universitario de Badajoz, facilitado pelo Coordenador de Internato Médico de Saúde Pública do Alentejo. Obtive resposta com a confirmação de aceitação no estágio um mês e meio antes do início do mesmo. Por existir um protocolo interinstitucional, não foram necessários outros procedimentos burocráticos. Não obtive ajudas de custo ou subsídio de deslocação por parte da minha Instituição de colocação em Portugal, nem financiamento ou ajuda na procura de alojamento através da instituição de estágio. Que atividades incluiu? Quais foram as tuas funções? Enquanto Médica Interna de Saúde Pública, realizei atividades inerentes às funções dos médicos especialistas em Medicina Preventiva (designados de "Preventivistas") e acompanhei algumas das atividades dos Enfermeiros e dos Técnicos de Saúde Ambiental deste Serviço Hospitalar. Estas atividades estão claramente enumeradas e agrupadas em blocos temáticos na Carteira de Serviços de Medicina Preventiva e Saúde Pública, que é constitucionalmente transversal a nível nacional. Durante o estágio participei maioritariamente nas atividades dos seguintes blocos:
Consideras ter sido uma experiência enriquecedora a nível profissional? Quais foram as maiores aprendizagens? Considero que o estágio no Serviço de Medicina Preventiva e Saúde Pública foi importante para a aquisição de conhecimentos em áreas com as quais não tinha tido a oportunidade de contactar em Portugal - e que não são habitualmente integradas nas atividades dos Médicos de Saúde Pública no nosso país - nomeadamente vigilância epidemiológica hospitalar, biossegurança do meio ambiente hospitalar e vacinação de grupos de risco. Destaco a importância da vacinação de grupos de risco (doentes com imunodeficiências primárias e secundárias, transplantados, doentes renais crónicos, hemodialisados, doentes hepáticos, doentes oncológicos, entre outros) e da vigilância epidemiológica diária e sistemática através de processos e protocolos bem definidos e articulados, não só dentro do hospital, mas também entre os níveis local-regional-nacional da saúde pública. O facto de o estágio ter sido realizado no estrangeiro foi também um ponto positivo, pois permitiu-me conhecer e contactar com outro sistema de saúde, refletir sobre os seus pontos fortes e oportunidades de melhoria e comparar com os obstáculos e potenciais soluções no contexto de Portugal. Tiveste oportunidade de conhecer outros colegas e a cidade onde decorreu o estágio? O que achaste do país/cidade/local/organização? Durante o estágio pude contactar com colegas deste serviço, tanto durante o horário de trabalho, como fora dele. Gostei da cidade de Badajoz e penso que consegui aproveitar a cultura e as atrações turísticas da cidade durante o período de estágio, apesar de ter acontecido durante um verão rigoroso. O facto de Badajoz se localizar perto de Elvas permitiu-me ficar alojada em Portugal, por um custo inferior ao do alojamento em Espanha. O Hospital tem uma ótima localização, dentro do campus universitário, facilmente acessível de carro e de transportes públicos. O que mais te marcou nesta experiência? A equipa de profissionais que me acolheu no serviço foi extraordinária e muito prestável, o que contribuiu para uma experiência mais rica e proveitosa dos pontos de vista profissional e pessoal. Sinto que consegui adquirir conhecimentos essenciais e inovadores para aplicação no futuro, em atividades dos Médicos de Saúde Pública em contexto hospitalar. Que conselhos darias a outros internos que gostassem de ter uma experiência semelhante? Para os MISP que gostariam de realizar estágio opcional na área da Saúde Pública Hospitalar em Espanha: todos os Hospitais Universitários terão um Serviço de Medicina Preventiva e Saúde Pública, pelo que aconselho a questionarem os seus Coordenadores de Internato quanto à existência de protocolos com esses serviços. Tanto quanto sei, a candidatura a estágios hospitalares em Espanha costuma ser geralmente morosa, o que apenas não aconteceu no meu caso pela existência de um protocolo entre instituições.
1) How is the residency programme in Pakistan structured?
The structure of the Community Medicine (CM) residency programme is spread over 4 years, and it is divided into 3 components that can be completed in any order chosen by the candidate: the Academics and Research components, undertaken at the university, and the Services component, primarily completed at the hospital. Additionally, during the 4 years, residents are involved in teaching activities – in the first year they may teach public health courses to undergraduate students at the university, while in the final year they can already be teaching master’s or PhD students enrolled in courses offered by the Department of Community Health Sciences (DCHS) of Aga Khan University, the one responsible for the CM residency programme. Currently, the department offers 2 Master’s Programmes – one in Epidemiology and Biostatistics, and the other one in Health Policy and Management. Besides looking good on your curriculum vitae (CV), being a teaching assistant helps you strengthen your skills and knowledge. For the Services component, you need to complete 2 to 3 months of clinical rotations in 5 specialities – gynaecology and obstetrics, family medicine, internal medicine, paediatrics and psychiatry. The Academics component prepares you for the Services component and the teaching activities. Particularly, during these four years of residency, we are encouraged to take courses within the master’s programmes provided by the DCHS, free of cost. I, for instance, have attended several courses related to health policy and management, sexual and reproductive health, and epidemiology and biostatistics. This way you gain an in-depth knowledge of different topics which makes you able to teach them to upcoming students. Aside from these courses, the residency programme has its own curricular structure that we follow during the 4 years. This continues in the form of core curriculum modules (11 in all), journal clubs, and core lectures and workshops throughout the training period. Each module is of 4-to-6-month duration and classes take place once or twice a week, enabling us to complete the whole curriculum in the first 2 years of the residency. These curriculum sessions are then repeated during the 3rd and 4th years, ensuring that we are well prepared for the final exam by the time we finish the residency programme. In addition to that, we also complete a 3-to-6-month rotation in each of the 5 sections in which the DCHS is divided: sexual and reproductive health, environmental and occupational health, epidemiology and biostatistics, health systems, and non-communicable diseases. During these rotations, we participate in various research projects being run by that section. Moreover, the Faculty members working in each of these sections facilitate courses related to these areas, teaching us curricular content and enabling field activities, such as visits to primary health care centres, doing outreach clinics, and participating in the rural health programme run by the DCHS in the rural villages. We also take part in workshops in quantitative research skills, including statistical software such as STATA, SPSS, and sometimes R Studio. Depending on your interest, you can extend the length of these rotations. For example, I was interested in learning more about quantitative research and pursuing a career in epidemiology and biostatistics, so my programme director allowed me to spend around 1 year in that section. During that one year, I worked on a national-level data set of the Demographic Health Survey and published a paper in PLoS ONE journal regarding inequalities in the utilization of maternal and reproductive health services by women with disabilities in Pakistan. The Research component involves mainly a dissertation project, which is mandatory to be eligible for the final exam. We start working on the research proposal in the 1st year, which includes applying for ethical clearance, and a lead and a co-supervisor are assigned to each resident. The data collection is usually performed during the 2nd year, followed by the data analysis and the writing of an 80-to-100-page thesis, which after revision by both supervisors should be submitted 6 months before the final exam. My thesis, which I will be finalising until September, focuses on adverse childhood experiences, namely their prevalence and association with mental well-being among students in Pakistan. Other than the thesis, we can also get involved in research projects led by Faculty members within each of the 5 sections of the DCHS. When I was working in the sexual and reproductive health section, I participated in a randomised control trial ongoing at that time that focused on the prevention of maternal and neonatal death/infections with a single oral dose of azithromycin in women in labour (in low- and middle-income countries). It was an internationally funded study by the National Institute of Health (NIH), Washington, DC, USA. Similarly, in the environmental and occupational health section, we worked on a research project focused on solar water disinfection, known as the SODIS method. This is most relevant in rural villages, as people living there often don’t have access to clean water and taking advantage of the hot and sunny weather in Pakistan can be helpful to reduce the incidence of diarrhoea among children under 5 years old. Thus, we came up with an intervention using the SODIS method and made on-field efforts to implement it. By participating in research projects such as these, we learn how research protocols are implemented in real practice, and sometimes we might even be able to analyse the data, write a manuscript, and send it for publication. The common goal is to have at least 2 to 3 publications on your CV by the time you finish the residency. 2) Do have any mandatory or optional internships? Residents need to take at least 2 external placements. Not all residents manage to go on an international placement such as the one I did at ENSP, but placements within the country are also available – we have several nongovernmental organisations, public health organisations, and government agencies. Residents might be placed, for example, at the National Tuberculosis, Polio, or Family Planning Programmes. During the 2 to 3 months in which the placement takes place, residents work according to the organisation or the programme’s objectives. Other than the internship at ENSP I am planning to do a placement at the World Health Organization Country Office in Pakistan near the end of this year. 3) How is the residency programme evaluated? There is a continuous evaluation during the whole residency programme. All the activities we perform are graded and included in the yearly assessments. An overall percentage is calculated for all the academic activities carried out during that year and each component has a weighted score that is counted in the final percentage. There is also a mandatory exam held at the end of every year by the Post Graduate Medical Education Department, the body responsible for all the university residency programmes, and you need to pass this exam to be admitted to the following year. After the completion of the four years of the residency program, a final exit exam is carried out by the College of Physicians and Surgeons of Pakistan (CPSP) that comprises a written as well as a viva component. Passing this exam is essential to getting your post-graduate specialization degree in Community Medicine. 4) Why did you decide to come to Portugal to do an internship? And how did you learn about ENSP? I came to learn about ENSP through the Global Engagement Office of Aga Khan University, which is responsible for organising international exchange programmes and introduced me to the Erasmus exchange programme. This was the first exchange between the two universities, and it is a very nice opportunity for them to build future research and other collaborations. There is a Portuguese resident who will participate in this exchange programme at my university, and next year probably 2 other residents from Aga Khan will come to ENSP. 5) What points can you highlight from your experience in Portugal and specifically from the internship at ENSP? The first and foremost thing is that I got to visit Lisbon. It is a beautiful city, and I enjoyed the delicious pastel de nata! I have made good friends, got a chance to interact with many professors, master’s students, the researchers, and I got to know their ongoing research projects. I visited NOVA University where I was given a comprehensive overview of all the university departments and their research priorities, and we discussed possibilities for research collaborations between NOVA and Aga Khan University. At ENSP, I met public health residents who were super friendly and helpful. I participated with them in an activity that involved watching videos on universal health coverage from the WHO Film Festival, reviewing them, coming up with some reflections and then choosing the top 3. We then sent it forward and some of us attended the main event of the WHO Film Festival. I also delivered an introductory presentation to the 2nd year public health residents about my country, our residency programme, the university, and the health system in Pakistan – how it is organised, managed, and financed, and the main challenges it faces. This was a brilliant idea from Professor Paulo Sousa, as after my presentation there was a productive discussion with the students, and we shared ideas. It was surprising to see that there are many similarities between the health systems of Portugal and Pakistan and the challenges they face. I also presented my thesis project to the residents, and there was a very good attendance and participation from them. As well, the feedback was constructive. Additionally, I visited a primary health care centre in Sete Rios, together with Professor Gonçalo Augusto and a Professor from my university who was here doing an exchange programme, where we were briefed about the health centre organisation and its activities. I was very surprised to see that a nutritionist was working there as well. We also visited the public health unit and the team explained how data was collected through SINAVE, and how COVID-19 surveillance was being conducted in that unit. Other than that, I participated in a research project titled “Urban TB Research Project” with Dr Patrícia Soares from ENSP. I learned skills on descriptive analysis on R Studio with her help, then she gave me access to the data set, and I helped her structure the report and run some basic descriptive analysis. The main objective was to look at the factors that play a role in delaying the diagnosis and treatment of TB patients in Lisbon. Prof Paulo also motivated me to write a review paper, with other colleagues from ENSP, to describe the decentralisation process of the health care systems in both Portugal and Pakistan. This idea came up after my presentation where I described the major decentralisation reform that the health care system in Pakistan went through in 2011. I was then explained that Portugal’s health system had started this process very recently, as the primary health centres have been devolved to the municipalities. Currently, I am working on this. I have as well visited Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, where I met Professor Carlos Dias, the head of the Epidemiology Department. He gave me insights into how I can establish a future in epidemiology and biostatistics, and it was generally a very helpful visit and a good learning experience. 6) Were there any challenges regarding your experience at ENSP? The language was a challenge because I sometimes wanted to participate in research meetings or attend some conferences or workshops, such as journal clubs, and that was generally done in Portuguese. That was a barrier that I could not overcome as my stay in the country was short. Nevertheless, it is a good improvement opportunity if exchanges between both universities keep happening in the future. 7) What would be interesting internship/job opportunities for a Public Health resident/specialist in your country? There might be some opportunities for paid internships in other university departments, but in the Community Medicine Department, the Erasmus exchange programme is the only funded internship through which you can apply as a student at ENSP. |
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