28/1/2019 0 Comentários Raquel Vareda @ Women Leaders in Global Health Conference, Londres, Reino UnidoInstituição/Conferência/Encontro, Cidade e País
Women Leaders in Global Health Conference, 8-9 Novembro 2018, Londres, Reino Unido Como foi o processo de candidatura? Soube que a conferência se iria realizar através da newsletter da organização Women In Global Health (@womeninGH na plataforma Twitter). A inscrição foi realizada através de site próprio da WLGHC (https://www.wlghconference.org/), e existem reduções no preço para estudantes. Achas que foi uma experiência enriquecedora a nível profissional? Quais as maiores aprendizagens? Sem dúvida que sim! No 1º dia, o evento focou-se na liderança da Saúde Global por mulheres e nas características de um líder, nas atuais desigualdades de género na liderança das áreas da Saúde e também da Política, no papel da mulher na sociedade atual, nos efeitos globais da desigualdade de género nos outcomes em saúde e em algumas conclusões do relatório Global Health 50/50, que foi apresentado durante a conferência. No 2º dia existiu a escolha de optar entre diferentes palestras com variados temas, ou workshops para Leadership Acceleration. Eu optei por realizar os workshops, onde nos foram introduzidos alguns conceitos teóricos e fomos colocados em grupos de trabalho rotativos para responder às diferentes questões e problemas em Global Health e desigualdade de género que iam sendo colocados, tendo tido a oportunidade de conhecer pessoas de diferentes nacionalidades, com diferentes backgrounds de trabalho. Com estes workshops considero que adquiri não só conhecimento como ferramentas muito importantes de assertividade e agency que possivelmente não teria aprendido de outra forma. Além disso, a organização disponibilizou ainda um mentorship breakfast sem custos acrescidos, em que especificávamos as nossas áreas de interesse previamente num formulário para que pudéssemos depois ser matched com algum mentor/a dessas áreas específicas e com vasta experiência em Global Health, de forma a adquirirmos mais contactos na área e aprender com quem já trabalha nela diariamente. Tiveste oportunidade para conhecer melhor outros colegas e a cidade onde decorreu o evento? Infelizmente não tive muito tempo para conhecer a cidade, dado que fui apenas especificamente para a conferência! No entanto tive a oportunidade de conhecer muitas pessoas durante a conferência, não só através dos intervalos entre palestras e pela participação nos workshops e mentorship breakfast, como também por ter sido promovida pela WLGHC uma evening reception no Wellcome Trust Fund, onde acabei por conhecer alguns colegas portugueses que lá trabalhavam e colegas de outro tipo de entidades, nomeadamente jornalistas do The Lancet e BMJ, entre outros. O que achaste da cidade? Tive a sorte de poder apreciar Londres fria (como sempre), mas sem chover um único dia! Como já conhecia a cidade, também não me preocupei muito em explorar para a descobrir melhor, mas tem sem dúvida uma excelente rede de transportes que facilitou muito a minha fácil deslocação, e tem muito boa comida (e vegan-friendly!). Em termos de preços, diria que é moderadamente mais cara que Lisboa, e aconselho que façam uso do cartão Revolut para não pagarem taxas (além disso, pode ser utilizado diretamente nos transportes públicos como se fosse um cartão de transporte). O que mais te marcou nesta experiência? Existiram várias coisas que me marcaram nesta conferência, nomeadamente perceber que existem muitas vias possíveis e backgrounds de experiência diferentes para se trabalhar em Saúde Pública e Saúde Global, e que todas elas são não só válidas como extremamente úteis, e dotam estas áreas de uma diversidade de opiniões e saberes que é essencial à sua melhoria continua. No entanto, ao voltar para Portugal, aquilo que de facto se manteve de forma quase constante comigo foi o reconhecimento do quão injustas ainda são as nossas sociedades atuais no que diz respeito à igualdade de género (mesmo em países europeus desenvolvidos), e do quão isso está a afetar a saúde das nossas populações a um nível global. Se já o era antes, depois desta conferência esta temática tornou-se sem dúvida um dos meus principais focos de interesse em Saúde Pública. Que conselhos darias a outros internos que gostassem de ter uma experiência semelhante? Estejam atentos às redes sociais, pois frequentemente este e outro tipo de eventos são dinamizados com antecedência em plataformas como o Twitter. Este ano a WLGHC vai acontecer em Kigali, Rwanda, a 7-8 de Novembro, e as inscrições devem abrir brevemente. Aconselho todos os colegas a ir, não só as colegas do sexo feminino como especialmente os do sexo masculino, cujo papel é imprescindível na mudança deste paradigma. A desigualdade de género não é um “tema de mulheres”. É uma responsabilidade de todos.
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