19/9/2019 0 Comentários Adriana gaspar da rocha @ Centros de estudos de geografia e ordenamento do território, coimbraNome
Adriana Gaspar da Rocha Instituição/Conferência/Encontro, Cidade e País Grupo de Investigação em Geografia da Saúde, Coimbra, Portugal Como foi o processo de candidatura? O processo foi muito simples e rápido, o contexto é que foi sui generis! No fim de novembro de 2017, informei a coordenação do internato médico que estava grávida e fui aconselhada a adiar o curso de especialização para 2019. Num mês, tive que reorganizar o meu internato e programar o estágio opcional. Ao longo de 2017, assisti a duas palestras que me despertaram muito interesse e curiosidade e que me levaram a “ler” sobre o assunto: a primeira em março, num evento organizado pela ARS Centro, em que assisti à apresentação do projeto GeoHealths feita pela Professora Doutora Paula Santana; a segunda, no EuroNet MRPH Winter Meeting em Lisboa, em que assisti à apresentação do Ricardo Almendra e da Adriana Loureiro, ambos elementos do grupo de investigação. No fim desta sessão estabeleci o primeiro contacto informal e, uns dias mais tarde, contactei por e-mail a Professora Paula Santana, que me respondeu no próprio dia. Depois marcámos uma reunião para discutir o âmbito do estágio e os seus objetivos; recebi de imediato resposta positiva com um desafio: escrever uma publicação fruto do trabalho que ali viesse a realizar! (que ainda não está feita) Achas que foi uma experiência enriquecedora a nível profissional? Quais as maiores aprendizagens? Apesar de já ter experiência em investigação (oncobiologia), de repente vi-me integrada num grupo de investigação “gigante” em trabalhos concretizados e completamente fora da minha área de conforto nessa fase precoce do internato. O trabalho que decidi desenvolver foi “Distribuição geográfica e sazonal das amputações não traumáticas em diabéticos em Portugal Continental de 2000 a 2015”. Para tal, tive que aprender a trabalhar com diversas ferramentas que até então não conhecia, como o ArcGis, aperfeiçoar o trabalho com os “simples” Excel e SPSS, aplicar metodologias novas e desenvolver e adaptar o raciocínio científico para esta disciplina. Acima de tudo, a maior aprendizagem foi mesmo conhecer uma área do saber completamente nova, que para mim era original, mas que já tem 50 anos: a Geografia da Saúde. É importante aprender com os melhores exemplos, estar com as melhores referências, conhecer os seus métodos de trabalho e “estar” na excelência: com isto refiro-me não apenas aos grandes artigos publicados e livros escritos, mas principalmente à ética, aos valores, ao trato educado, cortês e sem vaidade. É disto que devemos rodear-nos, essencialmente nesta fase inicial da vida profissional. Não posso deixar de salientar outros pontos muito positivos: . O acolhimento afetuoso por parte de todos os elementos; o excelente ambiente de trabalho de equipa e de amizade estabelecido entre todos; . A apresentação oral do trabalho realizado em vários eventos científicos, nacionais e internacionais; . A possibilidade de assistir a palestras organizadas pela Universidade de Coimbra. Tiveste oportunidade para conhecer melhor outros colegas e a cidade onde decorreu o evento? Não conheci outros médicos de saúde pública, internos ou especialistas. Tive oportunidade de conhecer profissionais que trabalham em Saúde Pública e que fazem Saúde Pública. Sabendo que a Saúde Pública é feita de equipas multidisciplinares, reconheço que o alargamento destas equipas a outros profissionais de áreas aparentemente diferentes é fundamental para o retrato correto da nossa sociedade, bem como para o desenvolvimento de políticas e intervenções bem-sucedidas. Hoje, mais do que nunca, é essencial o ponto de vista de todos. O que achaste da cidade? Coimbra é a cidade para onde me mudei em 2016. Foi uma decisão pessoal e não profissional. Não vou escrever sobre os atrativos turísticos da cidade, que são imensos. Prefiro dizer que, para quem como eu já viveu em Lisboa e no Porto, a adaptação inicial não é fácil. Parece-me uma cidade que se esquece que descontrair, demasiado hirta. Penso que lhe falta um pouco do relaxe da praia e da singeleza do rural. O que mais te marcou nesta experiência? O desconhecimento. O meu, claro! Como achamos que já conhecemos tanta coisa… O desconhecimento de excelentes projetos que se realizam em Portugal, por portugueses, com reconhecimento internacional; nunca tinha ouvido falar do EuroHealthy! O desconhecimento do que se pode fazer pela Saúde Pública sem se ser médico ou técnico de saúde; as colaborações e parcerias que podem ser estabelecidas com instituições “atípicas” e que resultam em grandes feitos. Marcou-me no fim ser convidada a integrar a equipa e a ser colaboradora do Grupo de Estudos de Geografia e Ordenamento do Território (CEGOT). Que conselhos darias a outros internos que gostassem de ter uma experiência semelhante? Aventurem-se. Conheçam pessoas diferentes, instituições diferentes, há sempre muito a aprender. Sejam criteriosos na escolha. Contacto: [email protected]
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