SAÚDE + PÚBLICA
  • Saúde + Pública
    • Equipa
    • Missão
  • Newsletter
  • Formação
    • Artigos Sugeridos
    • Oportunidades Formativas
    • Oportunidades de Financiamento
    • Internos pelo Mundo
    • Leituras Sugeridas
  • Comunicações
    • Notícias
    • Em Foco
    • Podcast
  • Internato
    • Programa de Internato
    • CMISP >
      • Norte
      • Centro
      • Lisboa e Vale do Tejo
      • Alentejo
      • Algarve
    • Links Úteis
  • XIII ENMISP
    • Sobre o XIII ENMISP
    • Livro do XIII ENMISP
    • Programa Científico >
      • Sessões Pré-Congresso
      • Plenárias
      • Mesas Redondas
      • Percursos
    • Inscrições XIII ENMISP
    • Competição Científica
    • Comissão Organizadora
    • Comissão de Honra
    • Fellowships
    • Parceiros XIII ENMISP
    • Programa Cultural
    • Edições anteriores >
      • XII ENMISP >
        • Programa Geral >
          • Programa Geral
      • XI ENMISP >
        • Programa
      • X ENMISP >
        • Programa
  • Arquivo
  • Saúde + Pública
    • Equipa
    • Missão
  • Newsletter
  • Formação
    • Artigos Sugeridos
    • Oportunidades Formativas
    • Oportunidades de Financiamento
    • Internos pelo Mundo
    • Leituras Sugeridas
  • Comunicações
    • Notícias
    • Em Foco
    • Podcast
  • Internato
    • Programa de Internato
    • CMISP >
      • Norte
      • Centro
      • Lisboa e Vale do Tejo
      • Alentejo
      • Algarve
    • Links Úteis
  • XIII ENMISP
    • Sobre o XIII ENMISP
    • Livro do XIII ENMISP
    • Programa Científico >
      • Sessões Pré-Congresso
      • Plenárias
      • Mesas Redondas
      • Percursos
    • Inscrições XIII ENMISP
    • Competição Científica
    • Comissão Organizadora
    • Comissão de Honra
    • Fellowships
    • Parceiros XIII ENMISP
    • Programa Cultural
    • Edições anteriores >
      • XII ENMISP >
        • Programa Geral >
          • Programa Geral
      • XI ENMISP >
        • Programa
      • X ENMISP >
        • Programa
  • Arquivo
Search by typing & pressing enter

YOUR CART

Em Foco

22/10/2019 0 Comments

QUALIDADE NA SAÚDE: Conceptualização e Metodologia



A qualidade é um constructo intuitivo, uma busca incessantemente.

Mesmo desconhecendo Shewart, Deming e Juran, autores clássicos da qualidade, pode entender-se, com facilidade, que qualidade é um atributo – subjetivamente interpretável – que quantifica a aproximação das características de um produto ou serviço às expectativas dos seus utilizadores.

A qualidade na saúde, tal como definida por Donabedian[1], é um reflexo dos valores e objetivos dos diversos intervenientes dos sistemas de saúde, acompanhando a transformação evolutiva da humanidade e das sociedades. Assim, a qualidade na saúde é evolutiva e dinâmica. Os sistemas de saúde estão fortemente ameaçados pela evolução demográfica, o desenvolvimento e inovação tecnológica e a modificação das expetativas dos cidadãos e utentes[2]. Esta realidade inegável impõe dois polos de tensão que comprometem a sustentabilidade dos sistemas de saúde: por um lado o envelhecimento da população, com um número crescente de problemas crónicos de saúde e utilização massiva do sistema, e, por outro, a expectativa de atingir elevados estados de saúde nos casos de doenças raras e complexas, implicando o recurso inevitável e crescente a tecnologias inovadoras.

A qualidade na saúde é um desígnio das sociedades modernas, sendo transversal e repetidamente integrada no planeamento estratégico das várias instituições e organizações internacionais, dado o seu reconhecido valor na criação de sistemas de saúde sustentáveis. A Organização Mundial de Saúde identificou a eficácia, a segurança, os cuidados centrados na pessoa, a equidade, o acesso em tempo útil, a integração e a eficiência como algumas das dimensões da qualidade na saúde[3]. Da mesma forma, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico reconheceu que os sistemas de saúde com qualidade caracterizam-se por um acesso primordial através dos cuidados de saúde, com modelos de prestação de cuidados de saúde integrados, seguros e centrados na pessoa, baseados na melhor evidência científica disponível e no desenvolvimento profissional contínuo, alicerçados em sistemas de monitorização e avaliação, e, ainda, por estratégias que promovam a literacia e participação ativa dos doentes e da sociedade civil[4]. Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde estabeleceu também a qualidade na saúde como um eixo estratégico do Plano Nacional de Saúde (Revisão e Extensão a 2020)[5] assente num princípio de incentivo à melhoria contínua da prestação de cuidados de saúde.

Mas, para alcançar a qualidade na saúde é essencial construir um modelo conceptual e doutrinário que una e consensualize as várias perspetivas de qualidade na saúde, por vezes distintas entre profissionais de saúde, gestores e decisores. Por outro lado, o mesmo modelo tem de clarificar a adequação metodológica dos instrumentos próprios da qualidade à concretização desse ambicioso objetivo. Acima de tudo, é necessário que os atores da qualidade na saúde desempenhem um papel transformativo e ousem, através da qualidade, enfrentar as grandes questões dos sistemas de saúde.

Conceptualmente, implementar qualidade na saúde é desenhar um sistema navegável, onde o utente certo encontra a equipa de saúde certa, e garantir que as relações entre utentes e equipas sejam seguras, humanizadas e suportadas pela melhor evidência científica.
No passado, a informação constituía um determinante do sucesso. Hoje, o sucesso depende cada vez mais da capacidade de escolher qual é a informação relevante. A qualidade na saúde assume uma posição cimeira para promover a escolha certa, isto é, a navegabilidade dos utentes nos sistemas de saúde, através da implementação de circuitos que garantam o acesso em tempo útil, a transição adequada entre diferentes níveis de cuidados, bem como a prestação integrada de cuidados de saúde. A navegabilidade é uma característica determinante quer no polo da cronicidade e multipatologia, pela premente necessidade de integração da prestação de cuidados e evicção da dispersão excessiva, quer no polo da inovação tecnológica, pela necessidade de disponibilizar estas tecnologias aos seus destinatários, independentemente do ponto da teia do sistema onde se encontrem. 

A prestação direta de cuidados de saúde, no seio da relação utente / equipa de saúde, é de qualidade (e de excelência) quando é baseada na melhor evidência científica disponível, segura – retomando o princípio hipocrático primum non nocere – e, humanizada, isto é, assente num respeito exemplar dos direitos humanos e das circunstâncias irrepetíveis de cada ser humano.

A evidência científica evocada não se esgota no conceito de medicina baseada na evidência (MBE)[6]. É indiscutível o papel da MBE na formulação de recomendações para a prática clínica, baseadas no rigor do método experimental e hierarquização de estudos científicos. Contudo, os desafios atuais dos sistemas de saúde, sobretudo a ameaça à sua sustentabilidade, exigem decisões baseadas em evidências que incluem, mas transcendem, a MBE. Os princípios e os métodos das ciências sociais, nomeadamente a economia e a gestão, podem construir, quando clinicamente enquadrados, importantes alicerces para a tomada de decisão em saúde. A tomada de decisão clínica que converge os contributos da MBE e os alicerces das ciências socias é uma promotora de eficiência, criando valor para o utente e sustentabilidade para o sistema.

Implementar qualidade na saúde, metodologicamente, é abordar os sistemas de saúde e comprometer os seus profissionais com o ciclo de melhoria contínua proposto por Shewart e Deming. Mais do que uma visão purista da qualidade, dada pela sequência estrutura-processo-resultado, a qualidade na saúde exige uma metodologia circular plan-do-study-act/improve, pensada a um nível macro – central – e a um nível meso/micro – em cada unidade e equipa de saúde. Os ciclos de melhoria continua da qualidade estrategicamente planeados a nível central só se completam com a participação plena dos profissionais de saúde, responsáveis insubstituíveis pelo fazer.

Neste ciclo, a estratégia consagra a planificação e conceptualização de um sistema de saúde com qualidade, as normas e instrumentos, construídos com flexibilidade para adaptação às vicissitudes locais, promovem a implementação efetiva das medidas que contribuem para prestação de cuidados de saúde de qualidade, e a avaliação, quer por modelos de certificação que por monitorização de indicadores de saúde, garante a circularidade da melhoria continua, alicerçada numa forte contextualização analítica.

Parece concretizar-se que a implementação da qualidade na saúde exige uma planificação e conceptualização ousada e unificadora; um auxílio à execução efetiva, pelos profissionais de saúde; e uma capacidade de monitorização que permita a análise critica dos resultados obtidos. 


Válter R. Fonseca, MD, PhD
  • Diretor do Departamento da Qualidade na Saúde, Direção-Geral da Saúde
  • Professor Auxiliar da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.


[1] Donabedian A. Evaluating the quality of medical care. 1966. Milbank Q. 2005;83(4):691-729.
[2] Walshe K, Smith J. Healthcare Management. Third Edition. McGraw Hill Education, 2016.
[3] World Health Organization, WHO. Handbook for National Quality Policy and Strategy, 2018.
[4] OECD. Caring for Quality in Health. Lessons Learn from 15 Rev Heal Care Qual, 2017.
[5] PORTUGAL. Ministério da Saúde. DGS. Plano nacional de saúde: Revisão e extensão a 2020. Direção-Geral da Saúde, 2015.
[6] Chang S, Lee TH. Beyond Evidence-Based Medicine. N Engl J Med. 2018;379(21):1983-1985. 


0 Comments



Leave a Reply.

    Histórico

    January 2023
    May 2022
    January 2022
    December 2021
    November 2021
    October 2021
    September 2021
    August 2021
    July 2021
    June 2021
    May 2021
    April 2021
    August 2020
    July 2020
    February 2020
    January 2020
    October 2019
    September 2019
    August 2019
    July 2019
    June 2019
    November 2018
    April 2018
    March 2018
    December 2017
    October 2017
    August 2017
    July 2017
    June 2017
    March 2017

    Categorias

    All Euronet Gripe Literacia Em Saúde Novas Tecnologias OMS Redes Sociais Saúde Global

    RSS Feed

Contactos

Email
newsletter.cmisp@gmail.com​
​Twitter
twitter.com/saudemaispubli1
Instagram
instagram.com/saudemaispublica