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28/1/2022 0 Comments

Invisible Women - Exposing Data Bias in a World Designed for Men

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Caroline Criado Perez
London, Vintage Publishing, 2020
432 pp., Paperback
£9.99 / EUR 12.99
ISBN: 978-17847-0628-9



 
            Na última década, têm sido descritas na literatura iniquidades em saúde relacionadas com o género. (1-4) Há muitas doenças que afetam as mulheres de modo desproporcional relativamente aos homens, sendo que a maioria dos estudos se foca em grupos mistos, sem desagregar os dados por género.

            A existência de dados desagregados por género poderia fornecer pistas sobre os determinantes de saúde relacionados com essas doenças, de modo a poder orientar a ação através do desenho de intervenções adaptadas à realidade. (1) Alguns estudos de Sociologia revelam diferenças na saúde das mulheres, atribuíveis aos diferentes contextos socioculturais, apoio social e estilos de vida, para além de diferenças estruturais e organizacionais da sociedade. (2) Tal afeta as mulheres em todos os níveis, constituindo um problema sistémico que leva, inevitavelmente, a outcomes mais desfavoráveis em saúde.

            Esta é uma das principais questões que este livro foca. Ao longo do livro, é patente que a ausência de dados desagregados por género contribui, em grande parte, para este problema, servindo para acentuar as iniquidades atribuídas ao género, ao longo dos tempos. A estas iniquidades estão, inevitavelmente, associadas consequências diretas e indiretas, desde as mais ligeiras às que contribuem para a mortalidade, culminando na perpetuação dos estigmas e papéis da mulher na sociedade, alimentando este ciclo vicioso.

            Invisible Women apresenta uma primeira exposição: os dados da espécie humana focam-se essencialmente no género masculino. Uma série de assunções tidas como verdadeiras sobre o homem é generalizada para a espécie, enaltecendo os papéis sociais do homem em detrimento dos da mulher, que fica relegada para segundo plano. Com efeito, existem poucos dados sobre a mulher e o seu papel ao longo dos tempos, o que acaba por prejudicar as mulheres, quer no papel que assumem na sociedade, quer nas políticas que as afetam, trazendo, inexoravelmente, malefícios para a sua saúde.

            O livro está dividido em seis partes. Na primeira parte, o livro aborda questões gerais relacionadas com a vivência em sociedade, incluindo transportes e espaços públicos. Um aspeto que se destaca é a localização e ausência de iluminação das paragens dos variados meios de transporte, assim como nas vias públicas, fatores que afetam as mulheres e que aumentam o medo de serem abordadas e violadas sexualmente à noite. Relativamente aos transportes, uma questão abordada nesta parte refere-se às rotas criadas nestes meios, que muitas vezes são pensadas de acordo com as necessidades dos homens trabalhadores e que não têm em conta as rotas e desvios necessários para os diferentes serviços relacionados com supermercados e escolas.

            Uma outra questão levantada prende-se com as casas de banho nos variados estabelecimentos. Estas estão construídas igualmente entre os dois sexos mas não equitativamente, uma vez que as mulheres, geralmente, demoram mais nas mesmas devido à diferença no aparelho urinário, o que gera filas de espera para o seu uso, maior incómodo para as mulheres e, possivelmente, consequências a nível de infeções urinárias e, a longo prazo, de incontinência urinária.

            Para além disso, é exemplificado um aspeto relativo aos países nórdicos que afeta mais a saúde das mulheres. Nas estações mais frias, quando há neve, é necessário proceder à sua limpeza, de modo a evitar acidentes rodoviários. A sua limpeza limita-se frequentemente às estradas em si, descurando as bermas e os passeios. Ora, verificou-se que a maioria dos acidentes nesta época ocorrem por escorregamento não na faixa rodoviária, mas nos passeios, sendo as mulheres as mais afetadas. Uma mudança na política de limpeza para abranger os passeios levou a uma diminuição drástica de acidentes, com especial impacto nas mulheres, demonstrando a importância de analisar os dados existentes.

            Na segunda parte, a autora relata questões relacionadas com o trabalho e rendimento, com base nos dados existentes. Aborda não só a disparidade em termos de rendimento (gender pay gap), mas também o recrutamento e o trabalho não remunerado realizado pelo género feminino, como o trabalho doméstico e de cuidadora informal. Para além disso, destaca o facto destas questões não permitirem a evolução na carreira (quando esta existe), muitas vezes favorecendo o homem caucasiano em detrimento da mulher. Isto leva a que as mulheres cheguem ao final da vida com um menor rendimento e, consequentemente, uma menor reforma, o que poderá afetar a capacidade de pagamento de medicação numa idade mais avançada, afetando a sua saúde.

            Por outro lado, nas áreas de trabalho predominantemente femininas, o enfoque na mulher perde-se: faltam dados para compreender as consequências dos efeitos a nível ocupacional, incluindo a exposição a compostos tóxicos e violência no trabalho. Em particular, destaca-se a exposição em salões de manicure a disruptores endócrinos, como o bisfenol-A (ou BPA), que, por se assemelhar ao estrogénio, pode influenciar o aparecimento de malformações durante a gravidez e de doenças endócrinas, como a diabetes mellitus. (5). O problema prende-se, porém, com a falta de dados relativamente ao impacto destes componentes nas mulheres que, devido às suas especificidades fisiológicas, irão tolerar diferentes níveis de exposição e terão efeitos diferentes dos geralmente enunciados para o ser humano.

            A parte três realça o design dos produtos que utilizamos no quotidiano, e como isto influencia as mulheres negativamente. Em primeiro lugar, refere a produção de materiais adaptado ao homem, e não à mulher. Exemplifica este problema através da produção de telemóveis iPhone® e de pianos, ambos produzidos para o tamanho das mãos do homem, numa perspetiva de “um só tamanho”, descurando as características e estatura do género feminino.

            Na mesma lógica, expõe ainda a problemática do tamanho dos assentos do carro, que apresentam uma distância superior para os pedais nas mulheres, o que leva a que se aproximem mais do volante, aumentando a probabilidade de lesões e morte em caso de acidentes rodoviários.

            Portanto, torna-se importante construir e desenhar de raiz todos os produtos e bens tendo em atenção as características da mulher, principalmente numa perspetiva de equidade, de modo a evitar consequências negativas na saúde e na vida das mulheres.

            Na parte quatro, são focadas as especificidades do corpo da mulher. Nem mesmo a medicina o conhece tão bem para o tratar devidamente. Esta desconsideração da parte da classe médica custou a saúde de muitas mulheres ao longo do tempo, devido a diagnósticos não efetuados na apresentação inicial da doença – como casos de dor pélvica crónica, diagnosticada inicialmente como associada à menstruação, mas que na realidade se trataria de endometriose, com impacto elevado na qualidade de vida da mulher. (6)

            Nas partes cinco e seis, a autora debruça-se sobre os aspetos económicos, relacionados com o trabalho não pago realizado pelas mulheres e não contabilizado no produto interno bruto de um país. Destaca ainda que estes são agravados por aspetos contextuais de pandemias e desastres naturais. Refere, por fim, a importância das mulheres na liderança, de forma a ecoar os problemas e necessidades das mulheres e implementar medidas e políticas que tenham em consideração a discrepância relativamente aos homens.

            Ao destacar as disparidades associadas ao género, a autora dá luz aos vários problemas que afetam a mulher no seu dia-a-dia e que, direta ou indiretamente, poderão influenciar a saúde da mulher e o aumento da carga de doença.

            O livro foi publicado há dois anos, porém, o tópico apresentado mantém-se relevante, principalmente devido à inércia existente em todos os setores, seja na recolha, na análise ou na integração de informação relativa às mulheres. Pouco foi feito neste período de tempo para corrigir os problemas apresentados ao longo do livro, apesar de todos os argumentos referidos. Dada a extrema relevância do tópico abordado na obra, recomenda-se a sua leitura a toda a população, mas principalmente legisladores, políticos, gestores, profissionais de saúde, investigadores, arquitetos e designers.

            Uma crítica geralmente levantada à autora está relacionada com a referenciação de trabalhos de dissertação, apresentações em conferências e relatórios internos, porém este livro acaba por apresentar uma visão mais global ao incorporar não só o que é publicado, mas também o que permanece por publicar, o que poderá contribuir para diminuir o “viés de publicação”, reconhecido na investigação epidemiológica.
​
            Dada a diferença entre géneros nas diversas áreas evidenciadas nesta obra, é clara a necessidade de considerar o género como um conceito dinâmico, contendo vários níveis, e que interfere nos papéis sociais. (7) A obtenção de dados desagregados permitirá criar novas políticas e moldar as já existentes, numa sociedade que ainda muito tem para evoluir.
 
 
Autoria José Chen
Edição Filipa Gomes
 

Referências bibliográficas
1. Clayton JA, Davis AF. Sex/gender disparities and women's eye health. Curr Eye Res. 2015;40(2):102-9.
2. Ostrowska A. Health inequalities--gender perspective. Przegl Lek. 2012;69(2):61-6.
3. Palencia L, De Moortel D, Artazcoz L, Salvador-Piedrafita M, Puig-Barrachina V, Hagqvist E, et al. Gender Policies and Gender Inequalities in Health in Europe: Results of the SOPHIE Project. Int J Health Serv. 2017;47(1):61-82.
4. Salk RH, Hyde JS, Abramson LY. Gender differences in depression in representative national samples: Meta-analyses of diagnoses and symptoms. Psychol Bull. 2017;143(8):783-822.
5. Ribeiro E, Ladeira C, Viegas S. EDCs Mixtures: A Stealthy Hazard for Human Health? Toxics. 2017;5(1).
6. Bontempo AC, Mikesell L. Patient perceptions of misdiagnosis of endometriosis: results from an online national survey. Diagnosis (Berl). 2020;7(2):97-106.
7. Mollborn S, Lawrence EM, Hummer RA. A gender framework for understanding health lifestyles. Soc Sci Med. 2020;265:113182.

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