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12/1/2023 0 Comments

VISUALIZAÇÃO DE DADOS EM SAÚDE PÚBLICA


​​Corria o ano de 2017, estava eu no primeiro ano de Internato Médico de Saúde Pública e não havia qualquer vislumbre de uma pandemia no horizonte. Depois de muito procurar, optei por me aventurar numa formação onde viria a ser o único profissional de saúde presente – a Pós-Graduação de Visualização de Informação, promovida pelo ISCTE-IUL e pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa (cliquem aqui para saber mais sobre a especialização atualmente em curso). Este foi um dos passos mais importantes que dei na área da comunicação em saúde, cuja importância acredito que é hoje unânime. E sendo a comunicação uma das funções essenciais na saúde pública, temos uma responsabilidade redobrada pelos diversos públicos com quem interagimos enquanto médicos de saúde pública.

​A perspetiva que te quero dar não se centra unicamente na mera representação gráfica de dados, em que muitas vezes tendemos a cair. Quero falar-te da importância que tem a comunicação visual, como forma de traduzir dados complexos, de facilitar a memorização e até a compreensão das mensagens. Lembras-te da frase “uma imagem vale mais do que mil palavras”? É mesmo verdade, e a ciência por trás desse conceito chama-se efeito de superioridade de imagem.
​
Nunca mostres apenas dados. Em vez disso, faz dos dados um ponto de partida para uma história envolvente que leve a audiência a agir.

Cole Nussbaumer Knaflic

​Por isso, a visualização de dados é uma ferramenta cada vez mais importante na saúde pública, dado que permite a comunicação eficaz de dados complexos para uma variedade de audiências. Com o crescente volume de dados gerados na área da saúde, a visualização de dados é um valioso apoio na monitorização de indicadores, na identificação de padrões e na tomada de decisão em saúde. E é particularmente útil quando procuramos representar dados de âmbito geográfico – imagina uma tabela com as temperaturas máximas de todos os concelhos em Portugal… ou um mapa com a mesma informação representada.

Os primórdios da visualização de dados levam-nos a 1858, quando a enfermeira Florence Nightingale publicou um gráfico que mostrava o impacto das doenças infeciosas nas baixas no exército britânico, mais do que as feridas da própria guerra. O exemplo perfeito de como um gráfico pode influenciar impérios inteiros.​​
​
Picture
Figura 1. “Diagram of the causes of mortality in the army in the East", publicado em “Notes on Matters Affecting the Health, Efficiency, and Hospital Administration of the British Army” (1958)


​Um dos principais públicos para os quais a visualização de dados em saúde pública é particularmente relevante é a comunidade. Ao apresentar dados de saúde de uma forma visualmente apelativa, simplificando mensagens que podem ser muito complexas, estaremos mais perto de influenciar positivamente o comportamento dos cidadãos. Mas um infográfico não resolve todos os problemas. Esta será apenas uma das vertentes que deves ter em conta na comunicação com a comunidade envolvente e que permite comunicar de forma mais eficiente com populações com menor literacia em saúde. O exemplo da imagem seguinte poderá ser bastante útil para mostrar a importância da vacinação contra o sarampo.

​Iria até mais longe, visto que o 
design de informação pode ser aplicado em vários materiais informativos produzidos nos serviços de saúde, tornando-os em verdadeiras ferramentas para promover a saúde dos cidadãos. Pormenores como os ícones utilizados para comunicar não são meramente estéticos. Foi precisamente esse o foco do projeto Saúde à Medida, que iniciei no ACES Lisboa Central, e que junta profissionais de saúde a estudantes de design de informação, para renovar vários folhetos informativos. Se tiveres interesse em saber mais sobre o projeto diz-me – geral@comunicacaoemsaude.pt.
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PictureFigura 2. “Battling Infectious Diseases in the 20th Century: The Impact of Vaccines”, publicado no Wall Street Journal







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​
​Outro público importante para a visualização de dados em saúde pública são os 
decisores na área da saúde, desde o nível local ao internacional. Ao utilizar a visualização de dados para monitorizar tendências, facilitamos a tomada de decisões com base em dados e evidência científica, e não em meras suposições. É curioso perceber que, se por um lado a visualização de dados aumenta a quantidade de dados que podem ser analisados e comunicados, também diminui o esforço cognitivo necessário para os interpretar, o que pode conduzir a alguma falta de estímulo crítico na sua utilização. É por isso também fundamental investir na capacidade de análise e interpretação de vários formatos de visualização de dados, por parte dos decisores. Recomendo que navegues um pouco na página do Institute for Health Metrics and Evaluation para descobrir o potencial que a visualização de dados pode ter na análise e comunicação de vários temas relevantes para a saúde pública. A ferramenta dedicada ao Global Burden of Disease é particularmente interessante, mas requer o domínio de alguns conceitos de visualização de dados para ser utilizada na sua plenitude.

​Há uma vasta gama de ferramentas disponíveis para criar visualizações de dados, desde simples ficheiros produzidos em Microsoft Excel® até complexos 
softwares como Tableau®. Essas ferramentas oferecem enorme potencial de interatividade e integração de inteligência artificial, permitindo a criação de visualizações altamente sofisticadas. Mas até que ponto essa complexidade é útil? É um equilíbrio que precisas encontrar, já que uma ferramenta altamente técnica que não é usada por ninguém terá pouco interesse. Para além disso, é importante que os médicos de saúde pública mantenham um espírito crítico ao produzir e interpretar gráficos, considerando sempre outros critérios lógicos, como a causalidade. Nunca é demais relembrar que o facto de existir uma correlação entre vários dados estatísticos não garante que exista uma relação causal entre estes.
Picture
Figura 3. Ainda que a qualidade dos filmes em que entra o Nicolas Cage seja questionável, não deverá haver uma relação causal com o número de pessoas afogadas em piscinas (https://www.tylervigen.com/spurious-correlations).


​Termino com um foco específico na formação em visualização de dados em saúde. Considero que esta é uma competência importante para todos os médicos de saúde pública, capacitando-os para interpretar dados em diversos formatos gráficos, assim como produzir informação relevante para a comunidade e serviços de saúde em que estão inseridos. Evitando potenciais erros como aqueles que podes ver na página WTF Visualizations.

Como menciona uma das referências nesta área, Jorge Camões, as infografias tornaram-se numa espécie de pandemia. Atualmente, muitos dados são simplificados em infográficos sem grande interesse, não dando hipótese para análises mais aprofundadas e promovendo apenas uma verdadeira infografia de clickbait. Não basta ter acesso a todos os dados possíveis e imaginários e colocá-los num infográfico ou num dashboard, se depois este não for utilizado nem gerar qualquer tipo de decisão ou ação. Não só os dados importam, mas também a forma visual que lhes damos, a sua funcionalidade e as histórias que escondem.

Para já, ficam três dicas essenciais que podes aplicar facilmente a partir de hoje:
  • Simplificar elementos acessórios dos gráficos. Aquelas linhas de fundo, meio esbatidas? Ou aqueles rótulos de valores nas 40 barras representadas? Se calhar distraem mais do que ajudam;
  • Deixar os efeitos 3D apenas para os filmes no cinema;
  • Usar cores diferentes das pré-definidas e adaptadas aos dados. Se as predefinições facilitam o teu trabalho, lembra-te que também facilitam o de todos. E já estamos cansados daquele azul, verde e laranja.

​Se tiveres interesse na área da comunicação em saúde, convido-te a acompanhar a Academia de Comunicação em Saúde e a minha página pessoal no LinkedIn, onde partilho várias dicas e oportunidades formativas, incluindo sobre visualização de dados.



Autor
Duarte Vital Brito
  • Médico especialista em saúde pública na Unidade Central de Saúde Pública de Cascais.
  • Docente convidado, formador e consultor de comunicação em saúde na Academia de Comunicação em Saúde (https://www.comunicacaoemsaude.pt).
  • Pós-graduação em visualização de dados (ISCTE-IUL e Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa).
  • Pós-graduação em comunicação em saúde pública (Faculdade de Ciências Humanas - Universidade Católica de Lisboa).


​Edição
Valter Loureiro
Júlia Martinho
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